
Jovem é apresentado a um universo de promiscuidade e hedonismo através de sua mãe depravada.
Crítica:
Ah, os franceses. Sempre tão intensos, blasés, refinados, sexuais e artísticos. E, no que diz respeito ao Cinema, a junção de tudo isso aliada a um indiscutivelmente grandioso legado deixado pela Nouvelle Vague é a base de uma receita intrigante e bem particular que tem gerado incontáveis produções fascinantes ao longo das últimas décadas. Mas como com toda receita eficiente, a coisa pode degringolar em mãos menos habilidosas e cair no abismo das redundâncias e da paródia involuntária. Ma Mère, escrito e dirigido por Christophe Honoré e baseado no romance homônimo de Georges Bataille, faz parte desse abismo, forçando a barra pra ser muitas coisas e não chegando a lugar algum. É praticamente uma caricatura do que seria o filme francês moderno tipicamente controverso, e o maior problema é que de um jeito nada divertido.
O filme acompanha o jovem Pierre (Louis Garrel), que acaba de chegar à casa de praia da mãe Hélène (a lendária Isabelle Huppert) pra passar umas férias com ela. Ele é trazido por seu pai, um homem de aparência terminal, quase cadavérica, que logo se revela uma patética figura em sua carência e natureza aparentemente abusiva. Fica evidente que ele é desprezado tanto por Pierre quanto por Hélène, e instantes depois há uma cena em que ele observa libidinosamente Pierre dormindo só de camiseta e cueca. As insinuações incestuosas são continuadas por Hélène, que se diverte elogiando a boa aparência do filho e dizendo a ele que as pessoas na ilha pensariam que os dois são namorados. Ela, aliás, parece não ter nada de muito útil pra fazer durante o dia além de ficar jogando gamão com a empregada e dando mergulhos na piscina. De vestido. Mas enfim, o pai de repente acaba morrendo num acidente de carro, e ninguém além da empregada e do jardineiro parece ficar particularmente triste com a notícia.
O que importa é que agora Hélène e Pierre estão livres para voar, e o primeiro lugar da ilha que ela apresenta ao filho é um bar frequentado por jovens rapazes que gostam de cantar em coro botando a bunda e o pinto pra fora e entornando vários copos de cerveja. Ela se mostra um tanto enturmada demais com os rapazes, o que deixa Pierre incomodado, e logo em seguida revela a ele que faz outras coisas além de jogar gamão e tomar banhos de piscina bêbada: ela é uma prostituta, e uma que segundo a própria não merece o menor respeito. Ela também revela que o pai de Pierre sabia e permitia tudo numa boa, e diz em seguida: “Se você realmente me ama, admita que eu sou uma ordinária. Quero que você me ame pela vergonha que faço você passar.” Os dois se abraçam emocionados e vivem felizes para sempre. Não, mentira, Hélène vai pro meio do bando de jovens musculosos e descamisados enquanto Pierre vai chorar na praia tentando assimilar o fato de que a mãe é uma vadia. Um típico conflito familiar.
Entretanto, não podemos nos esquecer de que franceses são blasés, refinados e indiferentes a questões mundanas, e não demora muito pra Pierre se acostumar com a ideia da mãe prostituta. Enquanto isso, ele resolve explorar o estúdio de seu falecido pai e se masturbar com todo o material pornográfico que encontra por lá. Depois ele faz xixi em cima de tudo, e óbvio que temos um belo close do pênis urinante de Garrel, porque franceses também são altamente sexuais, intensos e crus, porém jamais gratuitos. Aí Pierre sai quebrando o estúdio todo e eventualmente percebemos mais uma camada superprofunda de drama psicossexual envolvido, mas a coisa é simplesmente profunda demais pra ser analisada enquanto o másculo jardineiro surge do nada pra dar um consolador abraço homoerótico em Pierre.
Apesar de tudo, Pierre continua entediado e confuso, e decide dar uma volta pela ilha totalmente nu, sendo repreendido pelos olhares da empregada e do jardineiro másculo. Ao chegar à praia, ele encontra um grupo de três caras gays também totalmente nus e começa a flertar com eles. A pegação é impedida por Hélène, que chega de repente jogando água no brinquedo de todo mundo e diz a Pierre que vai apresentá-lo a uma colega chamada Réa, que ela diz ser a mulher mais atraente e irresistível das redondezas.
Acontece que Réa é ESTA MULHER DA FOTO AO LADO, que provavelmente tem um nariz ainda maior que o do Garrel. A cena que vem a seguir é de uma sutileza que poucas vezes vi na vida. Hélène e Réa se beijam no banco de trás de um carro, e quando Pierre diz que quer um beijo de Réa também, ela diz: “Meu primeiro beijo em você vai ser na sua bunda. Vou limpar o seu cuzinho.” Então ela enfia o dedo no fiofó de Pierre e depois cheira o resultado junto com Hélène, e os três seguem tendo um alegre passeio em família com mãe e filho partilhando os peitos da amiga absurdamente linda e irresistível. Adorável, não? Curiosamente, a sequência toda aqui é filmada numa qualidade nitidamente inferior.
Na casa de Hélène, as coisas não andam tão excitantes entre o jardineiro másculo e a empregada, que o rejeita quando ele tenta iniciar um contato mais íntimo. Parece que os dois também nutrem um certo desejo por Pierre, e em determinado momento a empregada diz ao jardineiro que ele é “o pior de todos”, ecoando uma cena anterior em que Hélène diz a Pierre que ela é muito pior do que o pai dele era. Pense numa gente que gosta de sacanagem. Descobrimos também que Pierre tem algumas questões religiosas, mas isso nunca é explorado pelo filme a não ser em poucas cenas aleatórias onde ele aparece rezando. Ainda assim, ele resolve insistir em conhecer mais a fundo o universo supostamente tão hardcore e hedonista da mãe, principalmente depois que esta “explica” a origem de seu comportamento, dizendo que foi estuprada aos 12 anos pelo pai de Pierre depois que ele a viu montando a cavalo nua nos bosques. Sim, porque ela era uma criança INTENSA.
Naturalmente, Hélène, Réa e Pierre engatam uma noitada de promiscuidade no submundo das Ilhas Canárias, abarrotado de turistas em busca de prazer. A coisa toda culmina com Réa e Pierre fazendo sexo selvagem no meio da rua, enquanto Hélène observa e poucos pedestres (que também devem ser muito sexuais, apesar de multinacionais) passam sem dar muita importância. Sim, porque é assim que os franceses são, minha gente. Quando Pierre volta pra casa, fica revoltado ao encontrar a empregada e o jardineiro másculo juntos na cama, e, num ataque histérico, vira a bunda pro jardineiro pelado para que este lhe dê umas palmadas. Ui! Mas ele tem novos amigos com quem se consolar, e todos estão pelados na cama com Hélène, se acariciando e fazendo mais sexo. Nesse ponto a coisa já fica entediante num nível cada vez menos suportável e eu começo a ter déjà vus de Ken Park.
<spoilers>
O resto do filme basicamente segue Pierre e seus novos amigos, focando na relação que ele desenvolve com uma garota chamada Hansi, contratada por Hélène pra tomar conta dele enquanto ela passa um tempo fora. Isso porque ela aparentemente tem se sentido um pouco velha demais pra coisa e decide se distanciar um pouco do filho, já que perto dele não conseguiria ficar sem fazer coisas impróprias. Os personagens seguem entediados e fazendo mais sexo selvagem, o que consome uma boa parte da segunda metade do filme. Não demora muito pra Hélène voltar e reencontrar Pierre, e é aí que finalmente temos o ato diretamente incestuoso do filme. Não chegamos a ver claramente como se dá o sexo dos dois já que há muitas sombras e closes na sequência, mas vemos que há cortes, mordidas e sucção de sangue envolvidos. Hélène, que já aparentava estar meio debilitada, acaba morrendo. Pierre vai ao necrotério e chegando lá começa a se masturbar freneticamente ao ver o cadáver da mãe. Créditos sobem. Fim. UAU! Mais francês impossível.
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O que temos aqui, na realidade, é um drama softcore que tenta ser provocativo, controverso, ofensivo e chocante, envolto numa roupagem fuleira de “filme de arte” que não convence nem um pouquinho. A experiência toda acaba sendo fatigante e tediosa, e antes da metade do filme, qualquer possibilidade de tornar algum personagem ou situação interessante é exterminada por algum tipo de gratuidade do roteiro. O desenvolvimento e a credibilidade dos personagens são quase zero, e nunca ficamos sabendo quais as reais motivações de cada um. Os “conflitos” que eles ocasionalmente enfrentam soam irrelevantes até no contexto do próprio filme. Quando Pierre desiste de acreditar em Deus e abraça a real natureza imunda e autodestrutiva do ser humano (de acordo com o filme, pelo menos), a coisa é tão forçada e constrangedora que eu tive que rir. Isabelle Huppert, por sua vez, confere um eterno ar de tédio e frigidez à sua personagem que fica difícil conceber que ela é a dominatrix que devemos acreditar que é. Ela não parece se divertir ou sentir prazer em nenhuma das situações que impõe ou se insere, o que ao mesmo tempo em que pode revelar algo mais denso e complexo a respeito de Hélène também torna tudo mais chato. Até porque no fim das contas não faz a menor diferença.
O filme se sustenta basicamente nos clichês do shock value artístico europeu, com muito sexo, violência, cinismo e personagens amorais, tudo pra retratar o vazio da nossa existência mundana através de um prisma subfreudiano fajuto. Mas uma coisa é fazer um filme interessante sobre pessoas vazias e outra fazer um filme vazio sobre pessoas desinteressantes. Quase não há substância em Ma Mère. Pra piorar, o filme é terrivelmente fotografado, beirando o amador em diversos momentos, e a montagem é por vezes desconjuntada, com várias passagens que parecem ter sido arranjadas de última hora. Garrel e Huppert fazem o que podem (e são o único atrativo da produção), mas a verdade é que não há muito a se fazer por aqui, e no fim a grande pergunta que fica é por que os dois toparam fazer o filme. Não obstante, Garrel e Honoré engataram uma parceria mais produtiva no ótimo Canções de Amor, de 2007. E se você quer ver Huppert num papel realmente controverso e complexo, fica a recomendação do fantástico A Professora de Piano de Michael Haneke, que também trabalha com a temática psicossexual envolvendo mães e filhos.
O filme acompanha o jovem Pierre (Louis Garrel), que acaba de chegar à casa de praia da mãe Hélène (a lendária Isabelle Huppert) pra passar umas férias com ela. Ele é trazido por seu pai, um homem de aparência terminal, quase cadavérica, que logo se revela uma patética figura em sua carência e natureza aparentemente abusiva. Fica evidente que ele é desprezado tanto por Pierre quanto por Hélène, e instantes depois há uma cena em que ele observa libidinosamente Pierre dormindo só de camiseta e cueca. As insinuações incestuosas são continuadas por Hélène, que se diverte elogiando a boa aparência do filho e dizendo a ele que as pessoas na ilha pensariam que os dois são namorados. Ela, aliás, parece não ter nada de muito útil pra fazer durante o dia além de ficar jogando gamão com a empregada e dando mergulhos na piscina. De vestido. Mas enfim, o pai de repente acaba morrendo num acidente de carro, e ninguém além da empregada e do jardineiro parece ficar particularmente triste com a notícia.
O que importa é que agora Hélène e Pierre estão livres para voar, e o primeiro lugar da ilha que ela apresenta ao filho é um bar frequentado por jovens rapazes que gostam de cantar em coro botando a bunda e o pinto pra fora e entornando vários copos de cerveja. Ela se mostra um tanto enturmada demais com os rapazes, o que deixa Pierre incomodado, e logo em seguida revela a ele que faz outras coisas além de jogar gamão e tomar banhos de piscina bêbada: ela é uma prostituta, e uma que segundo a própria não merece o menor respeito. Ela também revela que o pai de Pierre sabia e permitia tudo numa boa, e diz em seguida: “Se você realmente me ama, admita que eu sou uma ordinária. Quero que você me ame pela vergonha que faço você passar.” Os dois se abraçam emocionados e vivem felizes para sempre. Não, mentira, Hélène vai pro meio do bando de jovens musculosos e descamisados enquanto Pierre vai chorar na praia tentando assimilar o fato de que a mãe é uma vadia. Um típico conflito familiar.
Entretanto, não podemos nos esquecer de que franceses são blasés, refinados e indiferentes a questões mundanas, e não demora muito pra Pierre se acostumar com a ideia da mãe prostituta. Enquanto isso, ele resolve explorar o estúdio de seu falecido pai e se masturbar com todo o material pornográfico que encontra por lá. Depois ele faz xixi em cima de tudo, e óbvio que temos um belo close do pênis urinante de Garrel, porque franceses também são altamente sexuais, intensos e crus, porém jamais gratuitos. Aí Pierre sai quebrando o estúdio todo e eventualmente percebemos mais uma camada superprofunda de drama psicossexual envolvido, mas a coisa é simplesmente profunda demais pra ser analisada enquanto o másculo jardineiro surge do nada pra dar um consolador abraço homoerótico em Pierre.
Apesar de tudo, Pierre continua entediado e confuso, e decide dar uma volta pela ilha totalmente nu, sendo repreendido pelos olhares da empregada e do jardineiro másculo. Ao chegar à praia, ele encontra um grupo de três caras gays também totalmente nus e começa a flertar com eles. A pegação é impedida por Hélène, que chega de repente jogando água no brinquedo de todo mundo e diz a Pierre que vai apresentá-lo a uma colega chamada Réa, que ela diz ser a mulher mais atraente e irresistível das redondezas.
Acontece que Réa é ESTA MULHER DA FOTO AO LADO, que provavelmente tem um nariz ainda maior que o do Garrel. A cena que vem a seguir é de uma sutileza que poucas vezes vi na vida. Hélène e Réa se beijam no banco de trás de um carro, e quando Pierre diz que quer um beijo de Réa também, ela diz: “Meu primeiro beijo em você vai ser na sua bunda. Vou limpar o seu cuzinho.” Então ela enfia o dedo no fiofó de Pierre e depois cheira o resultado junto com Hélène, e os três seguem tendo um alegre passeio em família com mãe e filho partilhando os peitos da amiga absurdamente linda e irresistível. Adorável, não? Curiosamente, a sequência toda aqui é filmada numa qualidade nitidamente inferior.
Na casa de Hélène, as coisas não andam tão excitantes entre o jardineiro másculo e a empregada, que o rejeita quando ele tenta iniciar um contato mais íntimo. Parece que os dois também nutrem um certo desejo por Pierre, e em determinado momento a empregada diz ao jardineiro que ele é “o pior de todos”, ecoando uma cena anterior em que Hélène diz a Pierre que ela é muito pior do que o pai dele era. Pense numa gente que gosta de sacanagem. Descobrimos também que Pierre tem algumas questões religiosas, mas isso nunca é explorado pelo filme a não ser em poucas cenas aleatórias onde ele aparece rezando. Ainda assim, ele resolve insistir em conhecer mais a fundo o universo supostamente tão hardcore e hedonista da mãe, principalmente depois que esta “explica” a origem de seu comportamento, dizendo que foi estuprada aos 12 anos pelo pai de Pierre depois que ele a viu montando a cavalo nua nos bosques. Sim, porque ela era uma criança INTENSA.

Naturalmente, Hélène, Réa e Pierre engatam uma noitada de promiscuidade no submundo das Ilhas Canárias, abarrotado de turistas em busca de prazer. A coisa toda culmina com Réa e Pierre fazendo sexo selvagem no meio da rua, enquanto Hélène observa e poucos pedestres (que também devem ser muito sexuais, apesar de multinacionais) passam sem dar muita importância. Sim, porque é assim que os franceses são, minha gente. Quando Pierre volta pra casa, fica revoltado ao encontrar a empregada e o jardineiro másculo juntos na cama, e, num ataque histérico, vira a bunda pro jardineiro pelado para que este lhe dê umas palmadas. Ui! Mas ele tem novos amigos com quem se consolar, e todos estão pelados na cama com Hélène, se acariciando e fazendo mais sexo. Nesse ponto a coisa já fica entediante num nível cada vez menos suportável e eu começo a ter déjà vus de Ken Park.
<spoilers>
O resto do filme basicamente segue Pierre e seus novos amigos, focando na relação que ele desenvolve com uma garota chamada Hansi, contratada por Hélène pra tomar conta dele enquanto ela passa um tempo fora. Isso porque ela aparentemente tem se sentido um pouco velha demais pra coisa e decide se distanciar um pouco do filho, já que perto dele não conseguiria ficar sem fazer coisas impróprias. Os personagens seguem entediados e fazendo mais sexo selvagem, o que consome uma boa parte da segunda metade do filme. Não demora muito pra Hélène voltar e reencontrar Pierre, e é aí que finalmente temos o ato diretamente incestuoso do filme. Não chegamos a ver claramente como se dá o sexo dos dois já que há muitas sombras e closes na sequência, mas vemos que há cortes, mordidas e sucção de sangue envolvidos. Hélène, que já aparentava estar meio debilitada, acaba morrendo. Pierre vai ao necrotério e chegando lá começa a se masturbar freneticamente ao ver o cadáver da mãe. Créditos sobem. Fim. UAU! Mais francês impossível.
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O que temos aqui, na realidade, é um drama softcore que tenta ser provocativo, controverso, ofensivo e chocante, envolto numa roupagem fuleira de “filme de arte” que não convence nem um pouquinho. A experiência toda acaba sendo fatigante e tediosa, e antes da metade do filme, qualquer possibilidade de tornar algum personagem ou situação interessante é exterminada por algum tipo de gratuidade do roteiro. O desenvolvimento e a credibilidade dos personagens são quase zero, e nunca ficamos sabendo quais as reais motivações de cada um. Os “conflitos” que eles ocasionalmente enfrentam soam irrelevantes até no contexto do próprio filme. Quando Pierre desiste de acreditar em Deus e abraça a real natureza imunda e autodestrutiva do ser humano (de acordo com o filme, pelo menos), a coisa é tão forçada e constrangedora que eu tive que rir. Isabelle Huppert, por sua vez, confere um eterno ar de tédio e frigidez à sua personagem que fica difícil conceber que ela é a dominatrix que devemos acreditar que é. Ela não parece se divertir ou sentir prazer em nenhuma das situações que impõe ou se insere, o que ao mesmo tempo em que pode revelar algo mais denso e complexo a respeito de Hélène também torna tudo mais chato. Até porque no fim das contas não faz a menor diferença.
O filme se sustenta basicamente nos clichês do shock value artístico europeu, com muito sexo, violência, cinismo e personagens amorais, tudo pra retratar o vazio da nossa existência mundana através de um prisma subfreudiano fajuto. Mas uma coisa é fazer um filme interessante sobre pessoas vazias e outra fazer um filme vazio sobre pessoas desinteressantes. Quase não há substância em Ma Mère. Pra piorar, o filme é terrivelmente fotografado, beirando o amador em diversos momentos, e a montagem é por vezes desconjuntada, com várias passagens que parecem ter sido arranjadas de última hora. Garrel e Huppert fazem o que podem (e são o único atrativo da produção), mas a verdade é que não há muito a se fazer por aqui, e no fim a grande pergunta que fica é por que os dois toparam fazer o filme. Não obstante, Garrel e Honoré engataram uma parceria mais produtiva no ótimo Canções de Amor, de 2007. E se você quer ver Huppert num papel realmente controverso e complexo, fica a recomendação do fantástico A Professora de Piano de Michael Haneke, que também trabalha com a temática psicossexual envolvendo mães e filhos.
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